Análise: 4-3-3 expõe time, zaga erra muito, e Fla não mostra indignação

Vasco x Flamengo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo) Flamengo não assustou o Vasco durante a maior parte do jogo(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Perder para o Vasco virou dura rotina na vida dos flamenguistas desde 22 de março do ano passado. Foram nove jogos desde então, com seis derrotas e três empates. Mas, apesar dos repetidos fracassos, o discurso de que o "trabalho ainda está em desenvolvimento" é comungado por Muricy Ramalho e seus comandados. Neste domingo, o Flamengo pecou mais uma vez por excesso de nervos, entrou pilhado. O capitão Wallace, que deveria justamente tentar dosar os ânimos dos flamenguistas, iniciou confusão aos três minutos, empurrando Nenê após rasteira do camisa 10 rival em Cuéllar.

Wallace, aliás, falha no primeiro gol da derrota por 2 a 0 para o Vasco, neste domingo. O camisa 14, porém, não é o primeiro a errar no lance. A jogada escancara o quão exposto estava o Fla no 4-3-3, esquema que Muricy voltou a adotar depois de usar o 4-4-2 contra Botafogo (2x2), Boavista (3x0) e Bangu (3x0). Quando Riascos recebe de Nenê com muita liberdade, o lateral Rodinei está na linha do meio de campo. César Martins, que levou a bola nas costas, é outro a acelerar o passo na tentativa de bloquear o colombiano. Mas nem achou o rival, que o driblou três vezes com extrema facilidade.

Na sequência, Riascos cruza, e Nenê, com muito espaço, chuta em cima de Wallace, que posicionou-se bem no lance. Porém, depois de salvar um gol que parecia certo, o capitão entrega o ouro ao afastar para a entrada da área. Andrezinho, com muita facilidade para bater na bola, não perdoou. De tão aberto que estava, o Flamengo quase sofreu gol em outro contra-ataque, puxado por Jorge Henrique, mas desperdiçado por Riascos. (veja lances de contra-ataque do Vasco abaixo)


Não bastasse a exposição dos defensores com o Flamengo se lançando à frente com meias e laterais, é também preciso destacar como Gabriel pouco participou. Com os pontas abertos, e o Vasco estruturado, a bola pouco parava no meio de campo.  O time insistia nas jogadas laterais e até tentava cruzamentos para Guerrero, mas o centroavante nunca chegava a tempo de finalizar.

No segundo tempo, o 4-4-2 voltaria a ser o esquema rubro-negro, mas, apesar da entrada do meia Alan Patrick no lugar do atacante Gabriel, o 4-3-3 foi praticamente mantido, porque Mancuello virou ponta esquerda. Antes entrosados nas partidas contra Boavista e Bangu, o argentino e Alan pouco combinaram jogadas e trocaram passes.

O segundo gol sepultou as chances de classificação do Flamengo. E novamente houve cochilo da defesa rubro-negra. Riascos dribla Jorge com muita facilidade, e Wallace corre em direção à meta de Paulo Victor. O colombiano chuta, o zagueiro não consegue segurar a passada e marca contra. A queda de Jorge, inclusive, merece destaque. (veja o segundo gol abaixo).


Exposto, desorganizado e com uma zaga numa noite bastante infeliz, o Rubro-Negro voltou a sucumbir diante de um rival que não vence há mais de um ano. E pior: não revela incômodo com isso. Flamengo e Vasco em 2016 novamente só em caso de encontro na Copa do Brasil.

Fonte: Globo Esporte
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