Alvo do Flamengo, Paquetá pode ser banido do futebol; entenda investigação em caso de apostas

Alvo do Flamengo para a janela de transferência, o meio-campista Lucas Paquetá enfrenta uma investigação da Federação Inglesa (FA) por suposto envolvimento em casos de apostas. No fim de maio, ele foi acusado de receber o cartão amarelo de forma deliberada em jogos da Premier League para que colegas lucrassem com apostas — e os desdobramentos dessa investigação podem levar ao banimento do jogador a nível mundial.

Os jogos investigados pela FA para motivar as acusações foram contra o Leicester City, em 12 de novembro de 2022, contra o Aston Villa, em 12 de março de 2023, contra o Leeds United, em 21 de maio de 2023, e contra o Bournemouth, em 12 de agosto de 2023.

De acordo com o jornal britânico The Sun, todas teriam sido feitas a partir da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu. Uma das apostas de que o jogador tomaria cartão amarelo numa das partidas investigadas foi no valor de apenas 7 libras (R$ 46, na cotação atual). A mais alta delas foi de 400 libras (R$ 2,6 mil). Como o atleta, de fato, recebeu o cartão amarelo, os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras (quase R$ 670 mil).

Ainda de acordo com o jornal, a FA quer que Lucas Paquetá seja "banido para sempre" se for considerado culpado das acusações. O The Sun aponta que, em casos semelhantes, o zagueiro Kynan Isaac, do Stratford Town, foi suspenso por dez anos, e Bradley Wood, do Lincoln City, foi afastado por seis temporada após receberem cartões amarelos propositais.

A FA havia definido o dia 4 de junho como data-limite para Paquetá responder às acusações, mas os advogados do brasileiro conseguiram o adiamento do prazo. Uma nova data para o julgamento ainda não foi definida. Se for condenado, o meio-campista poderá recorrer na própria Federação Inglesa e em um segundo momento na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Neste cenário, enquanto a pena estiver vinculada ao futebol inglês, Paquetá poderia seguir em atividade no Brasil. Depois da primeira condenação, há ainda a parte que cabe à FIFA, que habitualmente nestes casos homologa a pena a nível mundial, contudo, o meia também pode entrar com recurso no Comitê de Apelação da entidade e, em última instância, novamente no CAS.

Na época da acusação, o meio-campista usou as redes sociais para se dizer inocente e que cooperava com as investigações.

"Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários", postou o jogador.

Em meio ao imbróglio que envolve o meio-campista, o Flamengo conversa com o West Ham para tentar ter Paquetá já nesta janela de transferências, mas também se cerca de cuidados para não ser prejudicado caso o atleta seja realmente punido pela FA, já que uma hipotética punição poderia também ser adotada pela Fifa.

Fonte: O Globo