Alerj pede condução coercitiva de dirigentes do Flamengo por não comparecimento à CPI

A ideia era que as famílias das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu, que completa um ano hoje, ficassem frente a frente com os principais dirigentes do Flamengo. O motivo era a CPI do Incêndio da Assembleia Legislativa do Rio, que buscava explicações sobre a tragédia que vitimou dez atletas da categoria de base rubro-negra. Mas não foi bem assim.

A CPI, presidida pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL), iniciou a presença de membros da atual ou anterior gestão do Flamengo. Havia a condição de que Rodolfo Landim não estivesse presente se um vice comparecesse, o que não ocorreu. O clube enviou o diretor jurídico Antonio Cesar Dias Panza e o advogado William de Oliveira.

Com isso, a casa pediu a expedição de mandados de condução coercitiva para, além de Landim, o vice jurídico do clube, Rodrigo Dunshee. A condução será realizada pela Polícia Civil na próxima sexta-feira. Flamengo diz que dirigentes irão se apresentar voluntariamente.

Já da gestão anterior, o ex-vice-presidente de patrimônio, Alexandre Wrobel, também teve a condução encaminhada. Segundo o presidente da sessão, Wrobel enviou uma carta dizendo que não recebeu a convocação. Porém, foi desmentido com a alegação de "ter enviado articuladores para mudar o procedimento".

Após o envio do pedido, o Flamengo informou que o CEO, Reinaldo Belotti, estava a caminho da Alerj — ele chegou ao local às 12h49. O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello chegou por por volta das 14h30.

— É um tema extremamente delicado. O dinheiro não vai pagar a vida. Nós estamos entendendo que existe a possibilidade de fazer um acordo onde as famílias fiquem razoavelmente assistidas — disse Belotti.

— Gostaria de expressar meu profundo sentimento de solidariedade, eu não consigo imaginar a dor de alguém perder um filho, muito menos naquelas circunstâncias. Assim como eu torço para o time do Flamengo ganhar sempre, eu torço muito para que haja uma solução para o pleito de vocês, que eu considero extremamente justo — declarou Bandeira.

A única família presente foi a de Pablo Henrique. O pai, Wedson Candido de Matos, criticou o clube por ter abandonado os familiares e reafirmou que não recebeu nenhum contato durante o ano da tragédia.

— A gente foi convidado para participar dessa reunião. Até então a gente não sabe o que vai acontecer. Nesse um ano não tivemos contato nenhum com o Flamengo. Total desprezo. O Flamengo nos abandonou. Não procura, não conversa. Desde a tragédia, conversei com o Flamengo uma vez. Mas não falei com dirigente, advogado — declarou.

O pai de Pablo também criticou a Justiça, a quem se referiu como "ser para rico". Ele afirmou estar representando outros familiares na sessão:

— Justiça é para rico, para pobre não existe. Se a gente tivesse o peso que o Flamengo tem já teria resolvido.

Membros do Corpo de Bombeiros, da Polícia, Ministério Público, dentre outros órgãos, também estavam presentes.

O Flamengo tem acordo com as famílias de Gedson Santos, Athila Paixão, Vitor Isaias e com o pai de Rykelmo. O clube também paga uma pensão de R$ 10 mil aos familiares.

Fonte: Extra
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