"O (Jorge) Jesus não gostava de poupar, mas poupava. Vocês não falam".
A frase acima é de Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo , em entrevista coletiva na última sexta-feira no Ninho do Urubu. A questão sobre rodar o elenco foi o tema que dominou os dias do Rubro-Negro às vésperas da estreia no Campeonato Brasileiro.
Após a vitória por 2 a 0 sobre o Palestino na Libertadores, Tite disse que iria conversar com a diretoria para definir prioridades para a temporada porque "é humanamente impossível trabalhar com competições de tamanha grandeza, e a equipe se repetindo quarta e domingo".
Braz e Bruno Spindel, diretor executivo de futebol do clube, colocaram panos quentes ao dizer que Tite foi mal interpretado e que o Flamengo entrará para ganhar tudo, mas "respeitando a ciência" (em relação aos indicativos físicos sobre desgaste e risco de lesões). Como exemplo, foi citado o time mágico de 2019 sob o comando do português Jorge Jesus.
- Isso é número, não é chute. Não estou dizendo que ele não repetiu o time, mas se você pegar o time de quarta para o de domingo, sempre do jogo seguinte contra o anterior, acho que ele não repetiu praticamente nenhum. Em média ele trocava de três a quatro jogadores por partida. Contra o Grêmio antes da final da Libertadores ele trocou nove jogadores e os deixou no Rio se preparando para a final. Rogério Ceni também era entre três e quatro, Renato (Gaúcho) acho que também. O Dorival (Júnior) já era em torno de sete. Então cada um tem uma estratégia, é óbvio que a gente procura montar um elenco que tenha capacidade de enfrentar os desafios da temporada. O Flamengo entra para disputar todos os títulos, mas o que o Tite colocou e a gente também é que é humanamente impossível, como o imaginário popular coloca que é sempre o mesmo time, isso não acontece - disse Spindel.
Mas, afinal, Jesus poupava ou não? O ge fez um raio-x comparando as escalações dos 40 jogos do treinador em 2019, temporada em que conquistou a Libertadores e o Brasileirão (veja abaixo) . De fato foram muitas mudanças, mas nem todas por escolhas técnicas. Por opção, o português mexia no time em média aproximadamente duas vezes por jogo em intervalos de meia semana; uma vez em média por partida quando tinha a semana livre; e cerca de três vezes em média antes de mata-matas .
Raio-x mudanças de Jorge Jesus
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