A suspensão de 12 jogos e a multa de R$ 60 mil aplicadas a Bruno Henrique pelo STJD geraram discussões intensas. Para alguns, a punição foi branda, enquanto outros defendem que seguiu a legislação vigente. Entre estes está o advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, que representa o atacante no processo.
Durante participação no programa Seleção sportv , nesta segunda-feira (8), Assef explicou que o caso não tem relação com manipulação de resultados, diferentemente de outros julgamentos recentes.
"Tenho ouvido muita discussão sobre a pena ter sido branda. O fato que aconteceu com o Bruno Henrique não guarda nenhuma relação com os casos julgados pelo STJD antes. Fica muito claro que ele nem deveria ter sido punido no Artigo 243-A", afirmou.
O advogado ressaltou que punições mais pesadas foram aplicadas em casos de manipulação, quando houve combinação externa para prejudicar o jogo em troca de benefício financeiro. No caso de Bruno Henrique, forçar um cartão amarelo foi estratégia comum, visando evitar suspensão em confronto decisivo contra o Palmeiras.
"Nos outros temas, aconteceu exatamente isso. Atletas foram abordados e combinaram determinadas jogadas dentro de campo para se favorecerem fora de campo. O Bruno Henrique já planejava tomar o terceiro cartão amarelo. Não é atitude antiética, não é antidesportiva. Faz parte da estratégia", destacou.
Sobre a polêmica de uma suposta informação privilegiada, o advogado ponderou que não se aplica ao caso.
"Até isso eu rebato, porque a informação privilegiada tem que ser algo que você não espera. Qualquer conhecedor mediano de futebol sabia que ele levaria o terceiro cartão naquele jogo. Esse tipo de ação é punida com multa. O que está acontecendo é uma marola de que a pena foi branda, porque estão comparando com os fatos anteriores. Não tem nada a ver", disse.
Por fim, Assef reforçou que o Código Brasileiro de Justiça Desportiva precisa ser atualizado.
"Tem de ter uma alteração, sim. Há uma necessidade de adequação do CBJD à realidade. A aposta esportiva é realidade. Assim como outros esportes, temos de nos adequar e trazer a diferença de penalidades também. O que mais se quer evitar é que o jogo fique desinteressante, que haja algo artificial", concluiu.