Neste sábado, 8 de fevereiro, a tragédia que matou dez jovens no Ninho do Urubu, Centro de Treinamentos do Flamengo , completará um ano.

A relação do clube com as famílias das vítimas do incêndio segue sendo um assunto polêmico. E em entrevista para o Blog do Mauro Cezar Pereira no portal UOL , a advogada que representa a mãe do volante Rykelmo criticou a diretoria rubro-negra e confirmou o pedido de indiciamento dos presidentes do Flamengo e da CBF pelo caso.

"Acredito que os responsáveis já temos, incorreram os mandatários do clube no trágico resultado quando permitiram que, se alojassem os menores naqueles containers, frise-se em um local que não havia licença para uso exceto para estacionamento", disse a advogada Gislaine Nunes.

"Minha esperança é que o juiz acate o pedido de indiciamento formulado em nosso processo em relação ao então presidente do clube e do mandatário do CBF", seguiu ela, citando o nome de Rodolfo Landim, atual mandatário do Flamengo, e não mencionando especificamente Rogério Caboclo porque "pouco importa quem estava no mandato" da Confederação Brasileira de Futebol.

A advogada também revela que não entrou em acordo com o Flamengo pela "mediocridade do valor proposto pelo Flamengo". Ainda de acordo com Gislaine, a mãe de Rykelmo pede indenização "substancialmente maior" do que a ofertada pelo clube.

"Flamengo não fez absolutamente nada para a família que represento", continua a advogada, que ainda criticou o vídeo publicado nas redes sociais do clube com alguns de seus dirigentes.

"Lamentável assistir a entrevista. Se diz: "Hoje têm o alvará". Estamos esperando um efetivo reparo do dano, que o Flamengo concorreu ao resultado. Era previsível a tragédia. Risível a entrevista, para dizer pouco. Falam, falam e nada falam. Demitiram os sobreviventes. Estão procurando famílias? Onde? Tem nomes das famílias? Claro que não", comenta Gislaine.

"Por que não se manifestaram antes? Fazer homenagem com capela? Meu Deus, inacreditável! Aprendi mais uma termologia: meia-família. Absurdo, risível, inacreditável, repugnante", completa a advogada.