Um dos principais atacantes do futebol brasileiro no início do século, Adriano se despediu oficialmente dos gramados neste domingo (15), no Maracanã, em amistoso entre Flamengo Legends e Amigos da Itália. O ex-atacante atuou nos dois times.
''A Última Batalha do Imperador'', como a partida foi chamada, contou com a presença de estrelas como Romário, Zico, Petkovic, Djalminha e Vagner Love -- o último reeditou, quase 15 anos depois, o Império do Amor, como a dupla ficou conhecida nos tempos de Rubro-Negro.
Outros nomes que atuaram com Adriano na Itália também marcaram presença na partida, como Materazzi, Córdoba, Dida, Zé Elias e Fábio Simplício. O ex-atacante Ronaldo, que dividiu o ataque da seleção brasileira com Adriano, entregou uma munhequeira ao amigo antes do duelo começar. O acessório era usado com frequência pelo Imperador.
A avó de Adriano foi a responsável por dar o ponta-pé inicial. Dentro de campo, o primeiro tempo terminou zerado. O dono da festa teve uma chance de abrir o placar para o Flamengo Legends aos 15 minutos, ao receber cruzamento de Athirson, mas o cabeceio foi por cima do gol. Depois, tentou um voleio, mas não pegou em cheio. Romário também passou perto de marcar. Vagner Love cruzou rasteiro para a área, o Baixinho tentou dar um carrinho, mas não alcançou.
Coube a Adrianinho, filho do Imperador, fazer o primeiro gol: foi na segunda etapa, quando Adriano, ao lado do filho, já estava atuando pelo Amigos da Itália.
Depois, Athirson marcou para o Flamengo, e Romário também deixou o dele: com passe de Athirson, o Baixinho teve a categoria de sempre para fazer 2 a 1.
O gol de Adriano finalmente saiu aos 24 minutos, pelo Amigos da Itália. O Imperador aproveitou cruzamento e, de cabeça, mandou para o fundo da rede. O ex-atacante foi exaltado pelos craques dos dois times.
Volta para o Flamengo
O momento de mais emoção da tarde aconteceu no meio do segundo tempo. Por meio de inteligência artificial, a voz do pai de Adriano, Almir Leite Ribeiro, que morreu em 2004, foi recriada. Na mensagem exibida para o Maracanã, o pai do Imperador pediu para que ele vestisse a camisa do Flamengo, entregue pela mãe de Didico, e se despedisse, agora oficialmente, dos gramados e do clube.
Adriano se emocionou muito, beijou o escudo do Rubro-Negro e deu uma volta olímpica. "Que pena que ele não pôde estar aqui, mas sei que está feliz com tudo que aprendi com ele", disse, depois do duelo, ao SporTV.
Quando o jogo foi retomado, Ruy marcou para o Amigos da Itália e Edilson Capetinha fez para o Flamengo.
Aos 41 minutos, Adriano cobrou um pênalti em Dida, fez 4 a 3 para o Flamengo e encerrou a tarde e a carreira com chave de ouro.
"O importante é ver meus amigos. Para mim o mais importante é o carinho que eles têm comigo. Não é nem tanto por eu sendo jogador, é o carinho e o amor que todos têm por mim. Está no meu coração e estou muito feliz", disse o Imperador.
Trajetória de Adriano no futebol
Nascido na Vila Cruzeiro, favela localizada no bairro da Penha, na cidade do Rio de Janeiro, Adriano fez seu último jogo profissional em 2016, quando defendia o Miami United , dos Estados Unidos.
Ao longo da carreira, foi ídolo de Inter de Milão e Flamengo , onde conquistou o título brasileiro de 2009, quebrando um jejum de 17 anos sem ganhar o torneio nacional. Acumulou também boa passagem pelo São Paulo , além de ter vestido a camisa de Corinthians e Athletico-PR no Brasil.
Pela seleção brasileira , Adriano viveu seu auge entre 2004 e 2005. Em 2004, fez o gol da final da Copa América contra a Argentina e no ano seguinte brilhou na Copa das Confederações, realizada na Alemanha.
Agora, aos 42 anos, o ex-atacante se despediu oficialmente dos gramados, justamente no palco em que brilhou com a camisa rubro-negra, no Maracanã.