Envolvido em uma investigação da Polícia Federal sobre possível manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023, o atacante Bruno Henrique se pronunciou oficialmente por meio de nota.
O jogador, que foi indiciado sob acusação de forçar um cartão amarelo durante partida contra o Santos, teve sua defesa apresentada em reportagem exibida pelo programa "Fantástico", no último domingo (20). O advogado Ricardo Pieri Nunes, responsável por representar o camisa 27, afirmou que as mensagens que embasam a acusação foram "retiradas do contexto".
A defesa criticou a divulgação das conversas privadas do jogador, reforçando que Bruno Henrique nunca teve envolvimento com o mercado de apostas nem compactua com esse tipo de prática. O comunicado também prometeu esclarecer os fatos durante o andamento do processo judicial.
Confira a nota oficial de Bruno Henrique:
“O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades.
As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida.”
Entre os diálogos revelados pela matéria, há mensagens em que Bruno Henrique pede ao irmão, Wander Júnior, para fazer uma transferência de R$ 10 mil — valor que, segundo ele, seria reembolsado. O atacante, no entanto, recua na solicitação alegando que ambos têm o mesmo nome e que a transação estava relacionada a apostas em corridas de cavalo.
Outro trecho mostra o irmão perguntando se o atacante poderia levar um cartão. Bruno responde que "já tem um", recusando o pedido. Ainda assim, os investigadores interpretam uma chamada feita pelo jogador logo em seguida como possível indicativo de que ele teria sinalizado a intenção de forçar o cartão na partida contra o Santos.
O indiciamento de Bruno Henrique foi feito com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas, e também por estelionato. As penas podem chegar a até seis anos de prisão, além de sanções na esfera esportiva, que incluem até mesmo o banimento dos gramados.
Apesar da repercussão do caso, o atacante segue integrado ao elenco do Flamengo e está à disposição do técnico Filipe Luís para o duelo contra a LDU, nesta terça-feira, em Quito, pela Copa Libertadores.