Acusado confirma aviso prévio sobre cartão de Bruno Henrique e reforça suspeita de manipulação

Um dos envolvidos na investigação de manipulação de resultados que inclui o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, admitiu ao Ministério Público que foi informado antes do jogo sobre o cartão amarelo que o jogador receberia. Douglas Ribeiro Pina Barcelos, amigo do irmão do atleta, firmou um acordo com o MP para evitar processo criminal.

Durante a audiência, Douglas foi confrontado com a informação de que teria sido alertado previamente sobre o cartão que Bruno Henrique tomaria na partida contra o Santos, em 2023. O episódio é considerado uma prática criminosa. Ao ser questionado, Douglas apenas respondeu: “Confirmo”, segundo trecho divulgado pelo portal 'ge'.

"Empresas que foram induzidas e mantidas em erro mediante meio fraudulento consistentes no cadastramento de palpites sobre eventos secundários da partida entre a equipe do Clubes de Regatas do Flamengo e o Santos Futebol Clube no dia 1 de novembro de 2023 no estádio Mané Garricha, no Distrito Federal, cuja ocorrência seria provocada de forma criminosa e lhe foi previamente informada", disse o promotor Rodrigo Araújo, que então questionou:

"Douglas, feitas todas as considerações, eu pergunto: o senhor confirma que praticou esses fatos?", o acusado então afirma: "Confirmo"

Dos dez denunciados pelo MP, Douglas é o único que aceitou um acordo de não persecução penal. Com isso, ele se comprometeu a prestar 360 horas de serviços comunitários e pagar uma multa de R$ 2.322,13, em troca da confissão e da não continuidade do processo criminal.

A admissão fortalece a linha de investigação de que o lance foi premeditado. O Ministério Público afirma que Bruno Henrique teria comunicado ao irmão, Wander, que provocaria o cartão amarelo para estar livre de suspensão em uma partida decisiva. Wander, por sua vez, teria compartilhado a informação com pessoas próximas, incluindo Douglas.

Embora ainda não tenha se tornado réu etapa que depende do aceite da denúncia pela Justiça do Distrito Federal, Bruno Henrique foi acusado pelos crimes de estelionato e fraude em evento esportivo. Se condenado por todas as acusações, o atacante poderá pegar mais de 15 anos de prisão.

O Ministério Público também pediu à Justiça que seja estipulada uma fiança de R$ 2 milhões como forma de assegurar a liberdade do jogador durante o processo. A defesa do camisa 27 contesta o valor e afirma que não há risco de obstrução das investigações. Até o momento, não houve decisão judicial sobre a denúncia.

Em meio à repercussão do caso, o Flamengo reiterou seu compromisso com a presunção de inocência e manteve o atacante à disposição da comissão técnica. Bruno Henrique, inclusive, é cotado como titular na estreia do time na Copa do Mundo de Clubes, na próxima segunda-feira (16), diante do Espérance de Tunis, no Lincoln Financial Field, às 22h (horário de Brasília).

Fonte: S1Live
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