Abel Braga critica estreia de Ancelotti e questiona confiança em treinadores brasileiros

A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira trouxe um novo ânimo, especialmente quando comparado aos últimos treinadores, como Dorival Júnior e Fernando Diniz. No entanto, a presença do técnico italiano não é bem recebida por todos. Abel Braga, ex-treinador do Flamengo, expressou seu estranhamento ao ver Ancelotti à beira do gramado, destacando que o incômodo não se deve à sua competência, mas à sua nacionalidade.

A questão da nacionalidade e a desconfiança nos treinadores brasileiros

“Não estou falando da qualidade do cara, todo mundo que o conhece diz que ele é muito bom. Só que você abre o paletó e a pele não é verde e amarela”, afirmou Abel.

Para ele, a falta de confiança nos treinadores brasileiros é um reflexo dos resultados recentes. “Os cinco títulos mundiais foram conquistados por brasileiros. Fica uma certa tristeza, porque ninguém acredita em treinador brasileiro por conta de resultados. Nos clubes, é a mesma coisa”, desabafou ao "ge" do Paraná.

Análise crítica da estreia de Ancelotti

A estreia de Ancelotti à frente da Seleção, que ocorreu em um jogo contra o Equador, foi considerada “péssima” por Abel. Ele criticou a cobertura da imprensa, que, segundo ele, não refletiu a realidade da partida. “O primeiro jogo do Ancelotti foi feio, péssimo, time nervoso, atrás. No dia seguinte, fiquei surpreso lendo os comentários. Não se falava da atuação, falavam que o Brasil estava mais próximo da Copa. Se fosse o Dorival, Diniz, não ia ser assim. Seria porrada o tempo todo”, analisou. Para Abel, essa benevolência da mídia diminuiu a pressão sobre Ancelotti para os jogos seguintes.

A reaproximação da Seleção com o povo

Apesar das críticas, Abel Braga também reconheceu um aspecto positivo na atual fase da Seleção: a recuperação da conexão com o torcedor. Ele elogiou a melhora na equipe durante a última apresentação contra o Chile, destacando que a Seleção parece estar se reconectando com a paixão popular. “Antes, a Seleção ia jogar, colocavam bandeira na rua, era notícia no topo do jornal. E se reconquistou um pouco isso no jogo contra o Paraguai. Uma forma de jogar um pouco diferente, intensidade boa, acho que vai ter uma sequência boa”, disse.

Expectativas para a Copa do Mundo e a situação de Neymar

Abel também abordou as expectativas para a Copa do Mundo e a polêmica em torno da não convocação de Neymar. Ele admitiu que não acredita que o Brasil será campeão no próximo ano, mas vislumbra um futuro promissor com a nova geração de jogadores, como Endrick e Estêvão. “Espero estar errado, mas eu não acredito que vai ser campeão mundial. Ainda vai esperar mais um pouco. Essa outra leva, com Endrick, Estêvão, esses caras vão conquistar. São todos fora de série”, previu.

Sobre Neymar, Abel concordou com a decisão de Ancelotti de não convocá-lo neste momento, considerando que o atacante enfrenta dificuldades em seu clube, o Santos. No entanto, ele fez uma ressalva importante: “Tem que ter ambiente bom, todo mundo com o mesmo objetivo. Isso acho que está sendo um início interessante com o Ancelotti. Não chamaria o Neymar hoje, mas chamaria sempre. Ele preocupa demais o adversário”, finalizou Abel Braga.

A análise de Abel Braga traz à tona questões relevantes sobre a confiança nos treinadores brasileiros e a relação da Seleção com seus torcedores, enquanto o futuro da equipe sob a batuta de Ancelotti ainda se desenha em meio a desafios e expectativas.

Fonte: Redação Netfla
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