A próxima "tábua de salvação" do Fla

Montar o time, devolver padrão ao Flamengo, fazer jogadores que ele já levou à seleção (Pedro, Gabigol, Bruno Henrique, Éverton Ribeiro, Rodrigo Caio, Gérson) jogarem no limite máximo serão as tarefas mais fáceis para Tite. Mas o que deve estar levando mais tempo para o técnico processar para poder responder ao convite rubro-negro é saber como lidar com quem sai na mão com um torcedor, diz ao maior ídolo do time hoje que "se quiser gramado bom vai jogar na Premier League", troca de técnicos nove vezes em quatro anos e meio, dispensa técnico assim que o time ganha Copa do Brasil e Libertadores, vê Gérson e Varella se engalfinharem a socos no trabalho e diz que "os jogadores entenderam que está tudo resolvido" e fica tudo dito pelo não dito, vê um time com salário alto e pago em dia caminhando em campo contra o Olímpia e não cobra, não explica, não se altera, não muda o rumo... Depois de duas Copas do Mundo à frente da seleção brasileira, Tite ganhou estofo para não ser obrigado a trabalhar nessa linha de trabalho de várzea.

Se alguém acha que as oito taças que o Flamengo deixou de ganhar são o fundo do poço... ledo engano. Um time com esse elenco milionário, com esse orçamento, não ir à Libertadores será a maior vergonha em décadas. Essa possibilidade é concreta, se Tite não vier. E se nada mais for feito, o torcedor do Flamengo continuará vendo a segunda maior geração da história do clube ir se desfazendo, se esfarelando porque ninguém agiu pontualmente para manter a engrenagem funcionado em alto nível. O dilema agora é: como esperar algo bom de quem vai trocar as peças desgastadas se esses "quem" são exatamente as peças mais enferrujadas da engrenagem, as primeiras que deveriam ser trocadas? O que mais me intriga é que ano que vem haverá eleições e o presidente Landim, que sabe o efeito que uma não ida à Libertadores pode significar no humor dos eleitores, simplesmente ignora o que está mais escancaradamente errado...