Pablo Marí ainda não teve muitas chances de mostrar seu futebol na Premier League . Depois de seis ótimos meses com a camisa do Flamengo no ano passado, o espanhol chegou ao Arsenal por empréstimo, mas quando estava começando a receber oportunidades nos Gunners, o futebol na Europa parou por causa do coronavírus.

Em entrevista ao jornal inglês The Guardian , Marí lembrou alguns momentos difíceis em sua carreira e disse que a chegada ao Flamengo mudou completamente a curva de sua carreira no futebol.

"Em minha curva de futebol, nunca pensei que isso aconteceria. Mas depois de anos de trabalho, lesões, poucas oportunidades, aprendi uma coisa: 'no momento em que alguém me der uma chance, não vou deixá-la passar de jeito nenhum'. O Flamengo me deu essa chance e todas as dúvidas foram embora. Se eu tivesse ido quando era mais novo, as coisas poderiam ter sido diferentes.".

O zagueiro também destacou que aquele período curto pelo Flamengo foi inesquecível. Marí foi campeão brasileiro e conquistou o título da Copa Libertadores , depois de uma vitória apertada na final contra o River Plate .

"Foi graças a todos esses anos lutando e passando por dificuldades que aqueles seis meses foram tão maravilhosos. Foi uma barbaridade. Eu ainda não tenho palavras para descrever e acho que nunca terei. Nunca vou me esquecer, está gravado no meu coração".

Ainda sobre as conqusitas pelo Flamengo, Marí falou sobre a relação com um companheiro de time, que estava acompanhando atentamente a final da Libertadores. Segundo ele, David Luiz foi muito importante para sua adaptação e é um dos exemplos que segue no time.

"Não acho que virei ídolo dele, mas nós conversamos sobre a final (contra o River Plate). Ele me ajudou muito. Para tudo que eu precisei, ele estava lá. David é muito inteligente, ótimo no vestiário, sempre brinca, mas é o primeiro a se preparar para os treinos. E nos sentimos muito confortáveis jogando um com o outro, o que é um bom sinal, já que um clube precisa que seus zagueiros estejam conectados".

O jogador comentou que a pausa no futebol foi frustrante, porque veio em um momento em que começava a ganhar chances no time titular com o técnico Mikel Arteta. Porém, destacou que era o momento era muito delicado, porque a pandemia começava a se propagar pelo mundo.

"O primeiro pensamento foi: 'eu queria continuar jogando.' Mas isso não é algo pequeno, não é um resfriado ou uma gripe. Quando você vê a magnitude disso, as questões profissionais ficam em segundo plano. O que importa é a saúde de todos".

Marí conta que os jogadores ficaram assustados quando Arteta foi diagnosticado com o coronavírus. Depois que isso aconteceu, o zagueiro conta que os atletas ficaram 15 dias em suas casas, em quarentena, mas ninguém apresentou sintomas.

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Marí também relembrou alguns momentos difíceis em sua carreira, quando não conseguia ter oportunidades e se firmar em um time. Mesmo rodando por vários clubes, o jogador nunca cogitou a possibilidade de abandonar a carreira.

"Nunca pensei em desistir. Nunca. Tive momentos muito ruins, mas você não pode abandonar algo que você ama. O futebol podia ter me abandonado, mas eu nunca ia abandoná-lo".