Enquanto tenta seguir vivo em todas as principais frentes da temporada, o Flamengo vê seus bastidores políticos cada vez mais efervescentes, a 100 dias das eleições para definição do presidente pelo próximo triênio (2025-2027). O pleito está marcado para o dia 9 de dezembro, às 8h, na sede social do clube, na Gávea. Até o momento, quatro candidatos estão concorrendo: Rodrigo Dunshee de Abranches, Luiz Eduardo Baptista (BAP), Maurício Gomes de Mattos e Wallim Vasconcellos.
Bap e Wallim faziam parte da "Chapa Azul", criada em 2012, e principal responsável pelo início da reestruturação financeira do rubro-negro. Já Rodrigo Dunshee e Maurício Gomes de Mattos eram personagens da política do clube anteriormente, mas se aliaram ao grupo depois.
Paralimpíadas:
Ana Carolina Moura conquista medalha de ouro para o Brasil no Taekwondo
Novo reforço:
Botafogo anuncia contratação do lateral-direito Vitinho
Grande aliados de Dunshee, em um passado recente, Bap entra como principal candidato da oposição nas eleições. Ex-Vice-presidente de Relações Externas na gestão de Rodolfo Landim, ele resolveu deixar o cargo para lançar sua candidatura.
Bap tinha esperança de receber o apoio do atual presidente, no próximo pleito. No entanto, o mandatário do Flamengo manteve-se fiel a Dunshee, seu VP Geral e Jurídico. Com isso, ele resolveu concorrer como oposição, e conta com o apoio de diversos nomes de peso do grupo que revolucionou o clube, como Rodrigo Tostes e Claudio Pracownik.
Para chegar ainda mais forte às eleições presidenciais, existia a expectativa de que Wallim declarasse o apoio a Bap. Para grande surpresa de todos, o líder da original Chapa Azul também anunciou sua candidatura, no último dia 2.
Apesar de concorrerem contra Rodrigo Dunshee, Wallim e Bap nunca foram seus rivais políticos. Visto como figura pacificadora do clube, Maurício Gomes de Mattos também se encaixa neste contexto, mas diferentemente deles, está sendo apoiado pelo principal grupo de oposição de Rodolfo Landim, em seus dois triênios, além de dois ex-presidentes do clube de muito peso: Márcio Braga e Eduardo Bandeira de Mello.
Diante da divisão do pleito em quatro diferentes frentes, alguns temas estão totalmente interligados à corrida presidencial. A possibilidade do Flamengo se tornar uma SAF, desejo de Landim, perdeu força politicamente e deixou de ser uma pauta para esta eleição. A principal cobrança imposta por diversos conselheiros é pela profissionalização do futebol. Com isso, Marcos Braz, figura vista como “amadora” por parte dos sócios, já anunciou que não seguirá como VP da pasta.
Mesmo com importantes figuras de apoio aos candidatos de oposição, Dunshee ainda aparece como franco favorito nas eleições. Isso porque o conselho do clube é dividido em mais de dez pequenos grupos de sócios. São esses que costumam ser decisivos na decisão pelo novo presidente e, atualmente, boa parte estão com o candidato da situação.
As discordâncias entre um cenário político dividido no Flamengo chegaram até a definição do dia das eleições. Com alto número de associados que não moram no Rio, a oposição insiste para que a data seja marcada dois dias antes, no sábado.