Quando Mancuello fez o gol da
vitória do Flamengo sobre o
Cruzeiro
, Zé Ricardo não se aguentou. Correu para o gramado e foi abraçar o
argentino no meio dos outros jogadores. Após a partida, o treinador rasgou
elogios ao elenco que comanda e admitiu: naquele momento, teve reação de
torcedor
(veja os melhores momentos da partida no vídeo abaixo)
.
- Me excedi um pouco, virei um torcedor ali naquela fração
de segundo. É uma energia muito boa que os jogadores passam, comemoração sempre
assim. Hoje fiz parte daquela comemoração, comemorei junto com eles. Zero de
problema. Dá gosto ir para o CT todo dia trabalhar e ver o resultado. (O
segundo gol) foi uma troca de passes muito inteligente, sabendo aproveitar o
momento – disse o treinador.
A comemoração de Zé Ricardo tem motivo: o gol de Mancuello
definiu a vitória e manteve o Flamengo colado no Palmeiras na briga pela
liderança do Campeonato Brasileiro – a diferença é de um ponto. Além disso, a
virada sobre o Cruzeiro aconteceu no fim da partida e levou cinco minutos entre
o empate com Guerrero e o chute do argentino.
Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Zé Ricardo:
Análise da atuação
Vitória super importante pela forma como foi, enfrentando
grande equipe. Sabia que tem um ponto forte, que é a transição ofensiva,
acabamos sofrendo um gol numa situação dessa. Hoje a gente acabou se superando
mais uma vez. Os atletas foram fantásticos. A gente sabe que ainda tem 11 jogos
difíceis. Não fizemos partida muito boa taticamente, tivemos algumas falhas,
principalmente no final do primeiro tempo. É enaltecer e valorizar a vitória da
maneira que foi. Jogadores se doaram ao máximo e conseguiram resultado
importantíssimo.
Aproveitamento de 100% em Cariacica
Retrospecto bom. Hoje tivemos adversário fortíssimo. O
estádio traz energia boa, a torcida empurra bastante. O povo capixaba abraçou a
gente. Espero que na quarta-feira (contra o Palestino, pela Copa Sul-Americana)
consigamos continuar com esse apoio da nossa massa.
Fatores para a virada
Começamos bem o jogo, tínhamos controle da partida. A partir
do gol deles, tiveram mais possibilidades que a gente. Pensamos em trazer o Arão um pouquinho para trás, até pelo desgaste do Márcio, para dar liberdade ao Diego e ao Mancuello na criação, mas a substituição acabou não dando tanto resultado assim. A gente ficou bem exposto. O cansaço de alguns atletas ficou evidente e o Cruzeiro teve contra-ataques e podia vencer. A entrada do Fernandinho e do Alan, um foi para trabalhar no um contra um e outro para ter alguém próximo ao Diego para jogar com o Guerrero, para estabelecer um 4-4-2 que víamos que poderíamos
chegar. Mesmo assim, o Cruzeiro teve uma bola para finalizar o jogo. Mas valeu até um pouco de sorte. O gol do Guerrero desviou. Tivermos sorte, mas equipe que quer chegar tem que contar com a sorte também.
Análise do São Paulo
Tenho visto alguns jogos desde a chegada do Ricardo (Gomes).
Inclusive, na eliminação para o Juventude (na Copa do Brasil) merecia a classificação.
Tem capacidade técnica muito grande, com certeza oferece perigo. Focam no
Brasileiro, o Ricardo é super experiente, acredito que conheça bem a nossa
equipe. Vamos tentar preparar a equipe para que possa superar dificuldades, mas
vamos pensar única e exclusivamente no Palestino.
Substituições
A gente não bota jogador na partida para ele fazer o gol. A
gente faz as substituições para ver o crescimento da equipe, inibir alguma
coisa que colocaram contra a gente. Fizemos as três substituições buscando
jogadores de frente. A possibilidade de eles marcarem é grande. Mais importante
que isso é que eles entendem. Não fizemos uma partida taticamente que me
agradasse tanto. A equipe é generosa, tem prazer em ajudar, fazer cobertura,
desarmar e vibrar com isso. Sabe onde quer chegar.
Mostrou estrela ao fazer as substituições?
Estrela é consequência de muita coisa, principalmente de
trabalho. A estrela é deles, que entram e conseguem fazer modificação na
partida. Mérito é totalmente dos atletas. É um grupo que gosta de estar junto,
trabalhar. Temos que manter humildade e pés no chão. Estivemos próximos de
perder a partida, a força que o grupo tem nos empurrou para a vitória. Um pouco
de sorte faz parte do processo.