É verdade que o Flamengo tem muito mais dinheiro do que os adversários e um elenco bem mais estrelado. Mas também é verdade que o time estava no "grupo da morte" na Libertadores. E que o rival no jogo decisivo, fora de casa, era um grande da Argentina, que está na mesma prateleira que o futebol brasileiro.
Mas para a maioria de torcedores, incluindo os próprios flamenguistas, e crítica a queda na primeira fase da Libertadores foi um "vexame". Não importa que do outro lado estava o San Lorenzo, campeão do torneio há três anos e que briga pela liderança do Campeonato Argentino (está três pontos atrás do líder Boca Juniors).
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O caso flamenguista não é isolado. Eliminações, algumas realmente inexplicáveis, e outras absolutamente normais, são taxadas de "vexame" e criam uma indignação que outros fatos do futebol bem mais enrolados são tratados como se fossem algo absolutamente normal.
É só cruzar a via Dutra e chegar no segundo clube mais popular do país. Nos últimos dias, o repórter Diego Garcia mostrou a série de ações que o Corinthians vem sofrendo na Justiça por falta de pagamentos. Primeiro foram calotes na compra de jogadores. O último foi por não cumprir o combinado de uma compra de apenas R$ 17 mil em uma loja de material de construção , onde adquiriu, entre outros itens, telhas.
E, ao contrário de pais de família que perdem o emprego, o Corinthians não paga dívidas de milhões e tostões por causa da crise que o país sofre. O clube há poucas semanas anunciou que nunca faturou tanto como em 2016 (foram R$ 485 milhões). E que teve até superávit de R$ 31 milhões.
E mesmo não pagando os credores continua contratando, ao contrário das pessoas que não acertam suas contas e ficam sem crédito. E quem vende para o Corinthians, como a Ponte Preta fez nesta semana com Clayson, parece não se importar com a má fama de pagador corintiana.
Como o Flamengo não é o único com "vexames" dentro de campo, o Corinthians não é o único clube grande que não paga o que deve. O próprio time carioca sabia bem o que é isso antes da administração atual, boa em arrumar suas finanças, mas que pena para ganhar títulos.
Mas basta ganhar uma taça que (quase) ninguém lembra que seu clube não paga o que deve.