O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro se posicionou sobre a polêmica discussão a respeito da realização do clássico Vasco x Flamengo em São Januário. Em nota, o órgão público não falou em pedido de transferência nem de recomendação do jogo no estádio vascaíno, mas lembrou que as autoridades de segurança pública deveriam concordar com a partida no local - o que foi garantido pelo Gepe e pelos laudos que o clube de São Januário possui.
Em curto comunicado enviado ao GloboEsporte.com, o MP informa que "reencaminhou recomendação de 2013, lembrando de que não devem
ser realizados clássicos regionais em São Januário sem as devidas
autorizações das autoridades públicas, notadamente da Polícia Militar e
do Corpo de Bombeiros.
A recomendação foi encaminhada à FERJ (Federação de Futebol do Estado
do Rio de Janeiro) , ao Vasco ao GEPE (Grupamento Especial de
Patrulhamento em Estádios) e ao Juizado dos Torcedores."
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"Problema nenhum"
A Ferj divulgou nesta sexta-feira o ofício que recebeu do Flamengo, fazendo questionamentos a respeito do Termo de Ajustamento de Conduta de 2011, assinado pelo ex-presidente Roberto Dinamite. O Vasco fez alterações no seu estádio e seguiu o pedido pelo MP e pelo Gepe - por exemplo, na retirada de material de torcidas organizadas de dentro do estádio. A
Ferj não demorou a responder e garantiu que todas as exigências estão em dia para o duelo válido pela quarta rodada do Campeonato Carioca.
Em seu ofício, o Flamengo destaca que o TAC expõe a
necessidade de o clube adversário ser formalmente consultado sobre o local do
jogo e, se for o caso, “impugnar a realização da partida em São Januário", conforme texto do documento de 2011. Na mensagem rubro-negra, o clube garantia não ter sido procurado e que, por não conhecer as condições
de segurança do estádio, “não podia emitir juízo de valor positivo para a
realização da partida.”
Em entrevista coletiva nesta tarde, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, lembrou que houve mais de uma reunião com a presença de quatro representantes do Flamengo -
questionando a falta de conhecimento do rival sobre as medidas de segurança para a partida
.
A diretoria rubro-negra também questiona a disponibilização de 10%
da carga de ingressos para a torcida do Flamengo (cerca de 1.800 unidades),
fazendo uma ligação desse fato com riscos à segurança de seu público. Em
relação a isso, o Flamengo se diz isento de responsabilidade civil, criminal e
esportiva em relação a quaisquer incidentes que possam vir a ocorrer no clássico.
Nesta sexta-feira, a Ferj respondeu o ofício ressaltando que
todos órgãos competentes já tomaram as devidas medidas de segurança e que
todos os itens do TAC foram cumpridos. A federação também ressalta que o
Flamengo esteve devidamente representado na reunião do Conselho Arbitral – dia 15
de janeiro –, que determinou o percentual de ingressos destinados a cada clube.
Por fim, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, se dirige a Eduardo Bandeira de
Mello, presidente do Flamengo, pedindo a colaboração no sentido de ajudar a
promover a paz entre os torcedores.