O mês de junho se aproxima, e com ele a janela internacional de transferências volta a agitar o mercado da bola no Brasil. Os clubes do Rio se movimentam de formas distintas em busca de reforços para o Campeonato Brasileiro e as demais competições do segundo semestre. Mas há também quem vislumbre a abertura da janela como uma possibilidade de ter ganho financeiro, com a venda de jogadores, e conseguir equilíbrio nas contas.
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O Flamengo, que começou a temporada confiante no elenco que montou, vai rever algumas posições cuja qualidade entende ser necessário aumentar. A defesa e o ataque do time podem ter caras novas para a montagem de uma espinha dorsal mais forte pelo técnico Zé Ricardo.
O treinador passou a ser muito questionado pelo desempenho da equipe desde a eliminação na Libertadores. A situação do jovem comandante é delicada no clube, e é preciso apresentar em campo sinais de reação e melhora. Os reforços contratados este ano não deram retorno, como Berrío e Rômulo.
A ideia então é dar mais subsídios ao treinador para que ele não fique refém de uma base de equipe e um único modelo de jogo. Assim, o goleiro Alex Muralha, o zagueiro Rafael Vaz e os atacantes que fazem companhia a Guerrero podem ganhar concorrência de melhor nível.
O clube vai ao mercado avaliar um goleiro de alto padrão para disputar posição com Muralha. Walter, do Corinthians, foi oferecido. Na defesa, Rodolpho, do Besiktas, da Turquia, é alvo. No ataque, a ideia é ter um parceiro ao lado de Guerrero que não só corra, mas faça gols. O estilo de Diego Tardelli é o foco.
A chegada de Éverton Ribeiro daria nova alternativa para a criação, ao lado de Diego e Conca, ambos fora de ação no momento. O diretor Rodrigo Caetano segue em Dubai nos próximos dias para finalizar o acerto sobre Ribeiro, mas está de olho em outras frentes no mercado.
A janela também pode levar a rotas de saída de alguns atletas do clube. Os estrangeiros que não vingam desde o ano passado são algumas das opções para trocas, mas o Flamengo não quer perder o valor investido. Até lá, Cuéllar, Mancuello e Donatti estão na vitrine. Além deles, jovens como Adryan e Felipe Vizeu podem aparecer na janela de transferências.
Palavra final de Nenê
Ídolo da torcida e atualmente no banco de reservas, o Vasco não pensa em negociar o camisa 10, mas deixou claro estar aberto a negociações caso seja este o desejo do jogador.
— Nenê é ídolo, respeitado. Qualquer coisa sobre ele nunca vai partir do Vasco. Ele continua trabalhando. Está no banco por decisão do treinador, apenas. O Vasco conta com o jogador. Qualquer coisa contrária teria que partir dele — ressaltou o gerente de futebol Anderson Barros, ontem, em São Januário.
Quem vê Nenê no dia a dia garante que, inicialmente, ele manteve a pegada nos treinos, apesar da chateação com a reserva. Com moral no mercado, desperta a atenção de outros clubes. Apesar da contratação de dois zagueiros — Breno e Paulão —, o Vasco não desistiu de trazer de volta Anderson Martins, hoje no Besiktas, da Turquia.
Flu na expectativa
Conhecido como gastador e tido como responsável por inflar o mercado nacional na era do antigo patrocinador, o Fluminense rumou de vez para o caminho oposto. Devido à crise financeira, a diretoria tornou oficial que não fará contratações para o segundo semestre. Um decisão que mostra obstinação em tirar o clube do vermelho, mas que pode custar caro às pretensões do time no Brasileiro e em outras competições.
Para 2017, o Fluminense só fez três contratações: o lateral Lucas, o volante Orejuela e o meia Sornoza. Os dois últimos, aliás, já estavam acertados desde o meio do ano passado. O número está muito abaixo do que os registrados pelos campeões brasileiros dos pontos corridos — entre eles, o próprio tricolor, que venceu a competição em 2010 e 2012 (em ambos, com o dinheiro do ex-patrocinador).
Não vem ninguém, e saídas não estão descartadas, já que o clube pretende vender na janela de transferência europeia. Segundo o presidente Pedro Abad, qualquer reposição virá do Flu-Samorin (filial do time na Eslováquia). Outras opções são atletas que estejam voltando de empréstimo.
— A gente tem um time forte e vitorioso dentro de campo, no qual confiamos muito. Reposição vai ser só em casos extremamente necessários. E nossa intenção não é trazer novos atletas que não estejam na base ou no Samorin — disse Abad.
Agora, a bola está com o técnico Abel Braga. Caberá ao treinador fazer o elenco manter-se competitivo pelos próximos meses. Um desafio e tanto.
Botafogo e Sassá
O Cruzeiro parece mesmo ser o destino mais provável para Sassá. O atacante, que o Botafogo quer negociar antes que ele possa assinar pré-contrato com outro clube e saia de graça, pode ser trocado pelo meia Marcos Vinícius, do time mineiro.
A primeira negociação envolveu outro jogador, o meia Élber. O alto salário pedido travou as negociações. Antes, o tacante Neílton, que já passou pelo Botafogo e estava emprestado ao São Paulo, foi cogitado, mas ele já acertou com o Vitória esta semana.
Botafogo e Cruzeiro têm boas relações, portanto uma negociação envolvendo Sassá tem mais chances de acontecer. Quem negocia esse acordo mais diretamente pelo lado alvinegro é o gerente de futebol Antônio Lopes, que está na Argentina com a delegação para a Libertadores.
Ontem, Sassá fez uma postagem enigmática nas redes sociais. “Mais um treininho concluído. Graças a Deus... Se Deus quiser, coisas boas estão vindo. É nós!” disse.
Se a saída se concretizar, o Botafogo buscará um centroavante para disputar posição com Roger. O novo jogador viria para ser inscrito na Libertadores.