Apesar da distância do Rio de Janeiro a Tamandaré, em Pernambuco, de onde saiu aos 14 anos, o volante Weverson parecia destinado a defender o Flamengo . Contratado em agosto para reforçar o time sub-20 e de vínculo oficializado na CBF no início de outubro, o volante bateu na trave antes de chegar ao Ninho do Urubu.
O pernambucano de 19 anos chegou ao estado do Rio de Janeiro aos 14, quando o pai veio trabalhar em Macaé. Depois de se estabelecer na cidade ao lado do irmão e da mãe, o garoto começou a treinar no time local. A partir daí o Flamengo começou a cruzar seu caminho.
- Quando eu saí de Tamandaré, eu vim morar em Macaé. Entrei no Macaé Esporte. Joguei o Carioca (infantil) pelo Macaé e fui para o Athletico-PR fazer um teste de lateral-esquerdo. Fiquei uma semana lá e não passei. Voltei, fiz um jogo-treino pelo Macaé contra o Flamengo . Perdemos de 9 a 0, só que eu me destaquei, e os caras gostaram de mim. Falaram para eu voltar para fazer um teste.
- A gente jogou o jogo-treino numa quarta. Na segunda, vim para o Rio e fiquei uma semana lá no CT. Passei para a segunda fase. Quando eu ia fazer a segunda semana de testes, entrou a pandemia. Quando entrou a pandemia, falaram que iam remarcar uma data e não voltou. Aí surgiu a oportunidade no Sport.
Weverson em treino com o time profissional do Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
No Sport, seu ex-clube, teve rápida ascensão ao ser aprovado logo no terceiro dos 15 dias que faria de teste. Foi convocado para enfrentar o Londrina na Copa do Brasil Sub-17, fez um gol em goleada por 4 a 1 e avançou às quartas de final da competição. Quem encontraria na fase seguinte? Sim, o Flamengo outra vez. Seu time perdeu os dois jogos por 2 a 1, em janeiro de 2021, mas Weverson foi bem de novo.
Suas credenciais estavam apresentadas à base do Flamengo . Um ano e sete meses depois, o sonho foi realizado, mas Weverson ainda custa a acreditar que está vestindo rubro-negro.
- É motivo de muita gratidão a Deus pelo que Ele vem fazendo em minha vida. Não tem muita coisa a falar não. É muito fruto do que eu plantei lá atrás. Plantei muito lá atrás e hoje em dia venho colhendo. E ainda estou plantando ainda mais para colher mais lá na frente.
- É uma sensação inexplicável, irmão, porque você está do lado de uns caras que você via na televisão. Nunca esperava. Não vou mentir. Esperava ir para qualquer clube, mas não para o Flamengo . Time de muita competitividade e com muitos craques. Quando vim, eu fiquei sem acreditar. Muito feliz mesmo.
Expectativa pela estreia
Weverson não joga há cerca de um ano. Uma lesão no púbis o atrapalhou, e ele só a descobriu depois de deixar o Sport. Nos últimos dois jogos do Flamengo pela Copa do Brasil Sub-20, ficou no banco. Às vésperas da partida de volta pela semifinal da Copa do Brasil, o volante reforça expectativa de ter alguns minutos.
O Flamengo encara o Ceará na sexta-feira, às 19h, no Vovozão. Após empate por 0 a 0 no Rio, precisa da vitória para avançar sem precisar de pênaltis.
- Minha expectativa pela estreia é grande. Estou muito ansioso, não vejo a hora de estrear e voltar a fazer o que mais amo. Já vai fazer quase um ano que eu não sei o que é isso. Tive lesão no púbis. Agora estou totalmente 100%, graças a Deus.
Weverson ao chegar ao Flamengo — Foto: Divulgação/Flamengo
Apesar da natural ansiedade, Weverson precisa ser paciente. Na avaliação de Mário Jorge, técnico do sub-20 do Flamengo , o volante ainda tem de evoluir nos aspectos físico e técnico após longo período de atividade. Em contrapartida, o treinador mostrou esperança que, com o passar do tempo, logo o jogador brigará por uma vaga.
- Weverson chegou para nós há pouco tempo, está em processo de adaptação e de recondicionamento. Precisa estar muito bem treinado para conseguir jogar. Está um pouco fora daquilo que a gente acredita que ele pode entregar para nós. Mas isso é tempo, é trabalho e ele continuar tendo rotina conosco.
- Teve pouca chance de jogar na equipe principal porque é muito difícil chegar no meio da temporada com uma engrenagem que já está funcionando, mas é um cara que vai brigar pelo espaço dele. Jogador que tem um biotipo físico bom, mas que ainda não está dentro daquilo que a gente acredita de ideal físico e técnico para estar jogando. Precisa de um pouco mais de tempo.
Idolatria por Gerson e primeiros contatos com os profissionais
Como ainda é desconhecido da torcida do Flamengo , Weverson foi convidado a definir seu estilo de jogo e dizer em quem se inspira. Elegeu Gerson, um dos grandes ídolos da atual geração e hoje jogador do Olympique de Marselha.
- Meu estilo de jogo é parecido com o do Gerson. Eu jogo, eu marco, saio para jogo. Se for para pegar, a gente pega. Bola na área, se vier, nós temos que ganhar. Sou canhoto. Tocar na hora certa, roubou, saber a hora de tocar e a de segurar. O que mais me pareço com ele é na raça, na força de vencer e na garra - afirmou Weverson, de 1,86m de altura.
Dentro do Flamengo e de sua posição, Weverson se inspira em Thiago Maia e Vidal:
- Oxe! Vidal é muito diferente. E o Thiago também. Caraca! Experientes demais os caras. Só de você olhar os caras treinando já aprende muita coisa.
Aprender, aliás, é o que Weverson tem feito recentemente. Participou de seis treinamentos com o time profissional devido à integração promovida por Dorival Júnior entre base e time principal. Ficou de frente aos seus ídolos e pôde conversar com alguns deles.
- Meus ídolos são Gabigol, Pedro, Arrascaeta, Diego goleiro, e o Diego 10 também. Os que já resenharam comigo são Diego Ribas, Diego Alves. O Santos é parceirão. Ele me deu uma chuteira lá no Athletico-PR quando eu fui fazer o teste. Quando fomos treinar aqui, conversando com ele, ele lembrou de mim e ficou feliz em me ver ali. Rodinei é muita resenha com a gente que sobe para treinar lá. É inexplicável estar ao lado deles.
Weverson marca Arrascaeta, observado por Matheuzinho em treino do Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
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